A MAN já fabrica a linha TGX no Brasil há três anos. Mas em abril último deu um novo passo no que diz respeito ao mercado de extrapesados, com a chegada do TGX 29.480 6X4 às concessionárias da marca. O modelo tem 480 cv – 40 a mais que o TGX 29.440 – e, de acordo com a marca, é indicado para aplicações rodoviárias de longas distâncias com PBTC de até 74 toneladas em que se busque maiores velocidades médias e, com isso, menor tempo entre os transportes de cargas. Principalmente em rotas com muitos trechos de subida.
A evolução das potências no mercado de cavalos mecânicos rodoviários 6X4 mostram que a maior participação está entre 401 cv e 460 cv, com 52% de share. Mas o crescimento dos modelos acima desta faixa é inegável. De 2012 a 2014, subiu dos 29% para os 47%. Daí se justifica a necessidade da fabricante em introduzir no seu catálogo de produtos uma opção com motorização mais potente e, desta forma, tentar ampliar suas vendas. Vale lembrar que, desde 2011, é obrigatório usar cavalos mecânicos com tração em dois eixos para transportes a partir de 57 toneladas de PBTC.
No TGX 29.480, o motor MAN D26 de seis cilindros e 12,4 litros recebe a transmissão automatizada de série MAN TipMatic, de 16 marchas. Com esse trem de força, o caminhão entrega 244,7 kgfm de torque entre 1 mil rpm e 1.400 giros. Já a potência máxima de 480 cv aparece a partir de 1.400 rpm e se mantém constante até a rotação máxima de 1.900 rpm. No TGX 29.440, modelo logo abaixo do lançamento na gama, o torque é de 224,3 kgfm entre 950 rpm e 1.400 rpm e a potência de 440 cv fica disponível entre 1.500 rpm e 1.900 giros.
Para mostrar os atributos do TGX 29.480 na estrada, a MAN promoveu um passeio a bordo do modelo pelo interior de São Paulo. A entrada na elevadíssima boleia é facilitada pelos degraus e alças bem posicionados. A cabine da versão utilizada é de teto alto, com altura interna de 1,94 metro. O suficiente para qualquer pessoa com estatura abaixo desta medida se locomover com desenvoltura. O espaço é recheado de bagageiros e porta-trecos – incluindo um espaço que pode ser aberto e usado como cama para quem viaja em dupla. O banco do motorista tem suspensão pneumática, com diversas opções de ajuste, assim como o amplo volante cheio de comandos, como os referentes ao piloto automático, por exemplo.
Em movimento, o TGX 29.480 ganha velocidade de forma gradual e consistente. Sempre embalado ao som grave do motor diesel de 12 litros. Mesmo na posição de passageiro, é possível perceber que as trocas de marchas são suaves e, com PBTC de 42 toneladas no bitrem, trajetos de subidas são encarados sem grandes dificuldades – sem esquecer, é claro, que se trata de um veículo deste porte e carregado de carga –, assim como os de descida, com o auxílio do freio motor.
A MAN vende o TGX 29.480 com cabine alta por R$ 500 mil. Por ter 50% de nacionalização em sua construção, 90% do valor de compra pode ser facilitado pelo Finame. A intenção da fabricante, na verdade, é ampliar esse índice de nacionalização para 60% até o final deste ano. Tarefa nada simples, já que além de enfrentar a concorrência literalmente forte e pesada da Volvo, Scania, Mercedes-Benz e Iveco, precisa ainda se adequar à queda estrondosa do mercado de caminhões no Brasil, que já atingiu 40% em comparação com o ano passado.
Autor: Márcio Maio (Auto Press)
Fotos: Divulgação