Após três anos de retração, a confiança na evolução do mercado brasileiro parece estar se alastrando rapidamente no segmento de caminhões. Depois da Volvo divulgar perspectivas bastante otimistas, foi a vez da concorrente Scania cravar sua aposta na recuperação e projetar um balanço positivo em 2018. De acordo com as previsões de ambas as fabricantes suecas de veículos comerciais, o resultado das vendas nacionais de semipesados e pesados deverá superar as 40 mil unidades – um aumento de 30% em relação ao resultado de 2017. “Há um reaquecimento da economia com o aumento da confiança do consumidor, devido ao descolamento do cenário político. Temos uma melhora gradativa do mercado e contamos com alguns fatores que poderão ser decisivos para um ano melhor, como a baixa dos juros e uma renovação da frota Euro 5, adquirida no auge do mercado entre 2012 e 2014”, festeja Roberto Barral, vice-presidente das operações comerciais da Scania no Brasil. Segundo a marca, mais de mil unidades de caminhões Scania já foram comercializados esse ano e cerca de 700 já foram entregues.

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Segundo dados da Anfavea, no acumulado de janeiro a dezembro de 2017, a empresa emplacou 5.754 caminhões – 36% a mais do que em 2016 (4.245 unidades). Em todas as categorias em que atua, acima de 16 toneladas, – caminhões semipesados e pesados – houve alta de vendas e de participação de mercado. As vendas para o agronegócio representaram cerca de 25% de todo o volume vendido de caminhões rodoviários Scania em 2017. Em 2017, o pesado R 440 emplacou 3.033 unidades e ganhou o título de modelo mais vendido do ano na indústria de caminhões, de acordo com o ranking da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) e do Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam), com 16% do mercado de pesados. Em 2016, o mesmo R440 também havia sido campeão na categoria dos pesados, com 1.905 unidades. Somando todas as vendas do R 440 desde o lançamento do veículo, em 2012, já são quase 28 mil unidades vendidas. Um total que torna o modelo o mais comercializado da história da Scania no Brasil, ultrapassando o lendário T 113.

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Parte das expectativas da Scania em relação ao volume de caminhões se deve à nova família de motores que vai equipar os modelos pesados da marca, que chegarão ao Brasil em data não revelada pela empresa. Devido à alta pressão de injeção de diesel e outras melhorias técnicas, esses novos trens de força – que na Europa atendem à norma de emissões Euro 6 – apresentam consumo de combustível até 5% abaixo dos atuais.

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O otimismo registrado pela Scania no segmento de caminhões se reproduz, de forma mais contida, no mercado de ônibus. Mesmo porque, o ano de 2017 já trouxe resultados expressivos para a divisão de ônibus da empresa. Com 522 unidades vendidas, entre urbanos e rodoviários, a Scania alcançou crescimento de 80% durante os doze meses em relação ao desempenho de 2016. Nesse mesmo intervalo, a média de crescimento do mercado ficou em 4%. Para 2018, entre os ônibus rodoviários, a previsão é de um aumento de vendas de 10% em comparação com 2017. Para os urbanos, as vendas devem permanecer no mesmo patamar. “Nosso crescimento em 2017 foi acima do mercado e esperamos por outro resultado positivo neste ano”, celebra Silvio Munhoz, diretor de Vendas de Ônibus da Scania no Brasil. 

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A marca escandinava ainda comemora um importante passo na renovação de frota dos ônibus do sistema BRT (Bus Rapid Transit) de Curitiba com o lançamento do biarticulado Scania F 360 HA. Desde janeiro deste ano, há uma unidade rodando na capital paranaense para homologação da Urbs (Urbanização de Curitiba S/A) e avaliação pelos operadores do sistema. Em termos de novas tecnologias, a Scania acaba de anunciar uma parceria com a fabricante sueca de baterias de lítio Northvolt para a eletrificação de ônibus e caminhões pesados. Um dos focos principais será o desenvolvimento de tecnologia de células de bateria e os investimentos devem ser de cerca de 10 milhões de euros.


Autor: Luiz Humberto Monteiro Pereira (Auto Press)
Fotos: Divulgação