A Ford anunciou oficialmente nesta terça-feira, dia 19 de fevereiro, que vai fechar a sua fábrica instalada na cidade de São Bernardo do Campo, no interior do estado de São Paulo. Além disso, a empresa confirmou também que está se retirando do mercado de caminhões não apenas no Brasil, mas também na América Latina.
“A Ford está comprometida com a América do Sul por meio da construção de um negócio rentável e sustentável, fortalecendo a oferta de produtos, criando experiências positivas para nossos consumidores e atuando com um modelo de negócios mais ágil, compacto e eficiente”, disse Lyle Watters, presidente da Ford América do Sul.
Segundo comunicado divulgado pela fabricante, a medida foi tomada após vários meses de busca por alternativas, que incluíam parcerias e até a venda da operação. O volume excessivo de investimentos para atender às necessidades do mercado e os crescentes custos com itens regulatórios teriam tornado inviável manter um "negócio lucrativo e sustentável".
A empresa anunciou uma série de outras alterações e medidas, como redução em mais de 20% dos custos referente ao quadro de funcionários e à estrutura administrativa em toda a América do Sul; fortalecimento da linha de produtos com ênfase em SUVs e picapes; expansão de parceiras globais, como a recente aliança anunciada com a Volkswagen.
Com o fechamento da fábrica e com as mudanças que foram anunciadas, a montadora está retirando oficialmente do mercado os seguintes modelos: Fiesta, Cargo, F-400 e F-350. Todos eles serão vendidos no Brasil até que seus estoques estejam esgotados.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André, Aparecido Inácio da Silva, afirmou que a decisão de fechamento da fábrica já estava sendo esperada e que já havia um processo de negociação entre a Ford e o sindicato. Em nota, o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM), Miguel Torres, disse que repudia a decisão da Ford, a qual classificou como "irresponsável e perversa".