Apenas uns poucos se salvam no atual mercado nacional de veículos. Mas no caso dos caminhões, há duas peculiaridades. Uma é que a queda nas vendas nos cinco primeiros meses de 2015, em comparação mesmo período de 2014, foi de 42,3%. Entre as motocicletas foi de 12% e nos automóveis, 20%. A outra peculiaridade entre os veículos de passeio, o segmento menos afetado foi o do topo da pirâmide, dos modelos de luxo. Mas entre os caminhões, ocorre o contrário: são os menores que sofrem menos com a retração do mercado. Como foi exatamente no segmento de semileves e leves que a Ford apostou no ano passado, com lançamento de modelos da linha F, com F-350 e F-4000 – só a F-350 representa 44% do segmento de semileves. Além disso, contou com o ótimo desempenho do leve Cargo 816, que junto com a F-4000, alcançou 25% do segmento. Embora ninguém escape ileso frente uma retração acima de 40%, a Ford encolheu “apenas” 15,1% – o que fez a participação da marca no mercado de caminhões crescer de 12,9% nos primeiros cinco meses de 2014 para 19% em 2015. Em números, as vendas caíram de 6.978 para 5.925 unidades.
O comportamento do mercado de caminhões tem uma explicação. Os segmentos de modelos mais caros, como o de pesados e extrapesados, é dirigido a grandes frotistas, que são extremamente suscetíveis às projeções para a economia – e os “futurólogos” tupiniquins não têm sido muito otimistas com o Brasil. Com uma perspectiva desfavorável, os frotistas de grande volumes de carga preferem investir um pouco mais na manutenção dos veículos e adiar novas compras. Já os mercados de semileves e leves respondem mais prontamente à realidade objetiva, que atualmente demanda veículos urbanos de carga para entregas e para pequenos agricultores – a F-4000, por exemplo, tem uma versão 4X4 exatamente para o público rural.
Apesar de não haver muito otimismo com o futuro próximo, a Ford resolveu ampliar sua oferta nos veículos pesados e extrapesados. E aproveitou a produção do caminhão número 400 mil na unidade de São Bernardo do Campo, inaugurada em 2001, para anunciar as novidades. A marca pretende lançar ainda este ano um opcional de câmbio automático para a linha Cargo e também um novo modelo 8X2, próprio para cargas muito compactas – como betoneiras, por exemplo. No total, a promessa é de seis novos modelos ainda este ano.
Autor: Eduardo Rocha (Auto Press)
Fotos: Divulgação