Trancoso/BA – É inegável a predominância do aspecto racional na hora da escolha de um caminhão. Afinal, é um veículo de trabalho, destinado a um uso específico. Para tentar aproximar seus produtos das características desejadas pelo consumidor, as marcas criam cada vez mais versões para seus caminhões. É o caso dos novos Volvo VM 8X2 e 8X4, que a empresa sueca passa a produzir em dezembro deste ano. Com estas novas configurações, a linha passa a ter versões que começam no 4X2, que é um cavalo mecânico, e que inclui ainda o 6X2 e o 6X4. Mais que ampliar os tipos de aplicação coberta pelo modelo, o eixo adicional deve se reverter em lucratividade, já que permite que o peso bruto total passe de 23 para 29 toneladas – e 5 destas 6 toneladas são de carga. Mas além do pragmatismo dos números, quem paga valores iniciais de R$ 200 mil por um modelo pesado quer também um produto atraente e moderno. Para suprir este lado emocional, marca sueca redesenhou completamente o exterior da cabine da linha VM. Grade, para-choque, faróis e painéis frontais são totalmente novos.
Esta mudança no visual ocorre com um intervalo inferior a dois anos em relação à renovação promovida com a chegada das motorizações para atender à norma Euro5/Proconve 7, que entrou em vigor em 2012 – na época, as mudanças visual foram extremamente sutis. Agora, o visual do VM ficou radicalmente diferente. Nesta, que é chamada de quarta geração pela Volvo, o conceito de design foi trazido diretamente da nova linha FH, de extra-pesados, apresentado no Salão de Hannover, na Alemanha, no final do ano passado. Na Europa, inclusive, este é o desenho dos modelos menores da linha F – FE e FL –, que não são comercializados no Brasil.
Na parte interna, as mudanças no novo VM são ínfimas. Inclusive porque o modelo teve o interior da cabine renovada no lançamento da chamada 3ª geração, em 2011. Limita-se a novas padronagens nos tecidos dos bancos. No exterior, porém, são dois desenhos diferentes. Na linha com tração simples, os faróis trapezoidais trazem um “V” em led nas bordas interna e inferior. A tradicional faixa diagonal saiu da grade e subiu até a base do para-brisa. A grade, inclusive, foi aumentada visualmente e agora domina toda a área central da frente e avança na parte superior do bojudo para-choque. A linha com tração em quatro rodas (6X4 ou 8X4) difere no para-choque, que é em aço e traz embutidos os faróis, que por sua vez são bem mais afilados e dão um aspecto geral bastante robusto.
Outro elemento que também reforça o visual de forca do novo VM é a presença do quarto eixo nos modelos 8X2 e 8X4. Ele é acrescentado logo após o dianteiro e também é direcional. Só que as rodas esterçam menos, com uma defasagem de aproximadamente 12º em relação às da frente. Para reduzir arrasto e consumo, quando o VM está vazio ou parcialmente carregado, ele pode ser elevado eletricamente, através de um botão na cabine. Até 10 km/h, o sistema aceita que o VM carregado possa andar com o eixo elevado, para facilitar uma manobra curta, por exemplo. Mas a partir daí, caso a carga por eixo exceda a permitida, o sistema o baixa automaticamente.
A criação das versões com oito rodas é a grande novidade técnica da linha VM. Ainda assim, os modelos com a mesma configuração dos atuais vão sofrer um ajuste de 8% no valor de tabela. Isso ocorre, segundo a Volvo, ainda por conta de custos não repassados com a adoção dos propulsores Euro 5/Proconve 7. Cada uma das configurações do VM dispõe de um leque de trens-de-força determinado. A ideia da marca é ajustar aplicação e produto de acordo com o trabalho a ser cumprido. Na classificação da Volvo, há três tipos de uso para o VM. Para trechos regionais são apontados os motores de 220 e de 270 cv. Para viagens interregionais, o mais apropriado é o motor de 330 cv. No caso de trabalhos vocacionais – como betoneira ou transporte de madeira –, são indicados os motores de 270 e de 330 cv. Os novos VM de quatro eixos, inclusive, só podem receber os dois motores mais fortes.
O propulsor é sempre um 7.2 litros de seis cilindros, produzido pela MWM especialmente para a Volvo. Ele trabalha com um câmbio mecânico de 6, 9 ou 12 marchas Exceto na versão 8X4, onde pode ser gerenciado por uma caixa de 10 ou de 12 velocidades. A partir do segundo semestre de 2014, toda a linha VM passa a dispor ocpionalmente do câmbio automatizado i-shift. Ele já está presente em quase 90% dos modelos FH vendidos no Brasil e só não foi aplicado ainda no VM por conta da necessidade de fazer o motor MWM “conversar” corretamente com o câmbio robotizado produzido pela própria Volvo.
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Autor: Eduardo Rocha (Auto Press)
Fotos: Divulgação